"Quando sou boa, sou muito boa, quando sou má, sou melhor".(Mae West).
A meu ver, a frase acima da irreverente Mae West é fácil de se entender: sou melhor quando sou mau; poderia ser também que a bondade é insossa, a maldade mais excitante; ou, quem sabe, não pisa no meu calo, pois sei me defender muito bem!
Acho que me enrolei... Uma vez, ao comentar tal frase com uma pessoa, uma intelectual, diga-se de passagem, ela me falou que o sentido da frase é mais amplo, e que as mulheres entendem melhor o significado que os homens. Ela pediu que eu raciocinasse a esse respeito, que comentássemos sobre posteriormente, mas esquecemos... Hoje, não temos contato.
Creio ser bem mais fácil ser ruim do que bom. É mais fácil destruir do que construir. Um exemplo bem banal: não sei fazer um copo, mas sei quebrá-lo. Uma vez, jogando sinuca em dupla, eu, que nunca fui um bom jogador, dei uma sugestão ao meu parceiro para 'ferrar' nossos adversários, um deles disse: nossa, vc é bem melhor para destruir que para criar! rs
Acredito ser bem raro existir alguém que nunca se simpatizou com algum vilão. Os vilões são fascinantes. Uns conseguem ter nossa antipatia, outros angariam simpatia. Cada pessoa é de um jeito, cada qual com seu gosto. Vilões bem amados: Dr. Smith, Pica Pau, Mancha Negra, Coringa, o próprio Bem Amado foi muito bem amado, eu e minha avó materna gostamos tanto do personagem, que achamos Paulo Gracindo antipático na sua seguinte novela, "O Casarão"(nem a segui), queríamos vê-lo como um vilão parecido com o Odorico Paraguaçu. Falando em novela, Henrique Martins, foi um dos maiores vilões da extinta Rede Tupi, de ex-mocinho no "Sheik de Agadir", o ator fez uma série de novelas encarnando homens totalmente desprovidos de caráter. Eu adorava! E ainda havia um grande concorrente, o esquecido Ivan Mesquita.
Não estou a par dos vilões do cinema atual. Na minha humilde opinião, o ator que melhor se saiu interpretando papéis de vilão foi o Vincent Price. E não partilho da opinião de muitos que seu maior vilão foi o Dr. Phibes. Pra mim ele interpretou outros melhores nos filmes, "Theatre of Blood", "Tower of London"(o filme mal começa e ele mata seu próprio irmão-rs)... Na realidade, seus personagens eram ambíguos: cometiam seus crimes, mas tinham crise de consciência. No filme da Morte Rubra, ele é um tremendo de um mau caráter, sádico, adorador do diabo, mas poupa a vida de uma doce moça, crente em Deus. Em algumas películas, interpretava homens bons, que devido serem vítimas de injustiças, sejam humanas ou da natureza, partem em busca de vingança. Muitos dos personagens de Price transpiravam ódio, e o mestre sabia transmitir isso como nenhum outro ator, eu acho. Ele mesmo dizia: "Não interpreto monstro, e sim homens assediados pelo destino, em busca de vingança.
Não podemos nos esquecer dos vilões políticos. Muitas pessoas admiram certos ditadores. Eu mesmo tenho uma certa admiração pelos que estão nas fotos. Figueiredo era muito engraçado, dono de umas tiradas incríveis. Saddam Hussein era um provocador. Ninguém podia com Stalin, um homem super poderoso. Getúlio Vargas foi bom para os trabalhadores.
Há quem diga que a vingança é doce; será? Nunca me vinguei de ninguém, mas confesso que sinto um pouco de prazer em saber que alguém que já me feriu, que me foi injusto, também foi vítima de outrem. Me lembrei de outra novela na extinta Rede Manchete, não me recordo seu nome: um jovem resolve bolar um plano diabólico para vingar de um agiota, que além de levar seu pai á falência, causou sua morte. Tal jovem estava se saindo muito bem, mas na hora da conclusão final de sua vingança, surgiu um porém, se apaixonou pela filha do agiota. A moça descobriu suas tramóias. Ele disse a ela que não mais vingaria de seu pai, que queria apenas seu amor. Ela não aceitou, não o perdoou, em especial pelo fato dele ter sequestrado seu irmão. O vingador não conseguiu completar sua vingança, e perdeu o que mais queria seu amor.
E eu, na vida real, acabei por me tornar um vilão.
Vinicius de Moraes
> O Bem-AmadoO Bem-Amado
Vinicius de Moraes
Composição: Vinicius de Moraes / Toquinho
A noite no dia, a vida na morte, o céu no chão
Pra ele, vingança dizia muito mais que o perdão
O riso no pranto, a sorte no azar, o sim no não
Pra ele, o poder valia muito mais que a razão
Quando o sol da manhã vem nos dizer
Que o dia que vem pode trazer
O remédio pra nossa ferida, abre o meu coração
Logo o vento da noite vem lembrar
Que a morte está sempre a esperar
Em um canto qualquer desta vida
Quer queira, quer não
O espanto na calma, coragem no medo
Vai e vem, o corpo sem alma
Ainda na noite o mal e o bem
A noite no dia, a vida na morte, o céu no chão
Pra ele, vingança dizia muito mais que o perdão
Obs.: Será que alguém lera esse post? rs
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