A vida seria um erro, se não existisse a música(Nietzsche). A vida é um erro, mas a música atenua este erro(O Caveira)

Isso, abaixo, seria a vida após a morte?

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Perdão


Primeiramente gostaria de esclarecer que a primeira foto, a coloquei apenas com o intuito de dar um toque de humor no post. Por coincidência já usei a foto no meu avatar quando eu participava do orkut. Apesar do exagero da foto, eu estava mesmo pedindo perdão a uma pessoa que me foi muito cara.

Perdão é mais um assunto que suscita polêmica.  Eu próprio creio ter pedido perdão apenas a duas  pessoas em minha vida, sendo que uma delas, já falecida, me perdoou, tenho certeza.  No entanto, não sou de perdoar. Já tentei, ao menos uma vez, anos atrás, mas o ressentimento sobreviveu.  Existem pessoas que têm uma espécie de arte para nos ofender, e palavras rudes machucam e como machucam! Não perdoo isso. Também não perdoo quem me humilha, mente, me oculta certas coisas e não perdoo os dissimulados.
E, no meu modo de pensar, quem diz que perdoa, mas não esquece, na verdade não perdoa(abaixo segue um ótimo artigo sobre isso).
Até há uns dois anos atrás, que eu saiba, tirante as duas pessoas que citei, acredito não ter prejudicado ou magoado alguém, sendo necessário um pedido de perdão.
Outro ponto complicado no perdão, é que costuma acontecer que o agressor, a pessoa que nos prejudica, não acha que fez nada errado, que está coberto de razão...  Havendo ainda os que reconhecem o erro, mas dizem: não vou me desculpar(desculpas, hein, não perdão).
A outra pessoa que eu pedi perdão, não me perdoou. Me acusa  de agressivo , ofensivo e caluniador.  Lamento muito!



Perdão


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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"O Retorno do Filho Pródigo", obra de Rembrandt



O perdão é um processo mental ou espiritual de cessar o sentimento de ressentimento ou raiva contra outra pessoa, decorrente de uma ofensa percebida, diferença ou erro, ou cessar a exigência de castigo ou restituição.



O perdão pode ser considerado simplesmente em termos dos sentimentos da pessoa que perdoa, ou em termos do relacionamento entre o que perdoa e a pessoa perdoada. É normalmente concedido sem qualquer expectativa de compensação, e pode ocorrer sem que o perdoado tome conhecimento (por exemplo, uma pessoa pode perdoar outra pessoa que está morta ou que não se vê há muito tempo). Em outros casos, o perdão pode vir através da oferta de alguma forma de desculpa ou restituição, ou mesmo um justo pedido de perdão, dirigido ao ofendido, por acreditar que ele é capaz de perdoar.



O perdão é o esquecimento completo e absoluto das ofensas, vem do coração, é sincero, generoso e não fere o amor próprio do ofensor. Não impõe condições humilhantes tampouco é motivado por orgulho ou ostentação. O verdadeiro perdão se reconhece pelos atos e não pelas palavras.



Existem religiões que incluem disciplinas sobre a natureza do perdão, e muitas destas disciplinas fornecem uma base subjacente para as várias teorias modernas e práticas de perdão.



Exemplo de ensino do perdão está na "parábola do Filho Pródigo" (Lucas 15:11–32).



Normalmente as doutrinas de cunho religioso trabalham o perdão sob duas óticas diferentes, que são:



* Uma ênfase maior na necessidade das faltas dos seres humanos serem perdoadas por Deus;

* Uma ênfase maior na necessidade dos seres humanos praticarem o perdão entre si, como pré-requisito para o aprimoramento espiritual.





“Perdoa, mas não esquece”?



Adriano Facioli




O senso comum muito se abastece da ideia de que o perdão é valioso e deve sempre ser concedido. Há talvez aí, em nossa cultura, uma influência muito grande dos ensinamentos cristãos.



O estímulo ao perdão, independentemente do que tenha ocorrido, é amplamente pregado. E a primeira pergunta é: o que é perdoar, o que isso significa? Porque há perdões e perdões. O perdão de marido e mulher é com certeza diferente de se perdoar ou “perdoar” (entre aspas) o assassino de um filho, por exemplo. No caso de infidelidade, no casamento, o perdão geralmente significa a reconciliação, o restabelecimento das condições anteriores. Perdoar, nesse caso, é voltar a ser o que era.



Amigos, por exemplo, se perdoam, de fato, quando voltam a ser amigos e a exibir a mesma empolgação e vigor da amizade, anteriores ao desentendimento. Na verdade, a grande questão é que o perdão geralmente não é verdadeiro. As pessoas acabam dizendo que perdoaram mais para satisfazer essa pressão social cristã pelo perdão. Perdoar, de verdade, é permitir que tudo volte a ser o que era, como antes. E isso somente é possível se houver compensações.



Exemplo: o sujeito perdeu o livro que lhe foi emprestado e tem seu perdão se comprar outro livro igual, repondo-o, compensando seu erro. Porque tudo nessa vida tem seu preço, inclusive amizade e amor. E amor se paga, muitas vezes, com dedicação e fidelidade. E ele rende o quê? Bem estar, proteção, prazer, alegria, sensação de que nossa vida tem sentido. Outra coisa que se ouve muito, também: “A gente perdoa, mas não esquece”. E isso é perdão completo, perdão de fato? O perdão não pressupõe o esquecimento? Para perdoar não é necessário esquecer?



Por outro lado, é possível compreender o que as pessoas estão querendo dizer com isso: “perdoei, voltei com ele (ainda estão juntos, casados, quer dizer), mas não esqueci, ainda tenho mágoas”. Ou seja, restabeleceu o relacionamento anterior, porém ainda carrega mágoas, o ressentimento sobrevive. E aí mora geralmente um problema frequente: a pessoa diz que perdoou, mas ainda, como se diz popularmente, “joga na cara”, ou então restabeleceu o relacionamento anterior porque não tinha outras alternativas. Vive uma relação de dependência e abuso com quem ama. Vive a ambivalência de modo muito intenso. Diz que perdoou, mas vive indireta ou inconscientemente agredindo o sujeito “perdoado”.



E assim, a pergunta: de que vale dizer, da boca pra fora, que perdoou, para depois restabelecer um relacionamento baseado numa série de confusões e mal entendidos? De que vale bancar o redentor para depois viver o inferno? O inferno de simplesmente não saber o que está fazendo e simplesmente se ver como vítima de seus próprios rancores mal resolvidos? Assim se torna crônica uma relação onde o ódio e as mágoas são sempre mascarados com um série de comportamentos que os tornam ainda mais difíceis de serem resolvidos.



Em termos psicanalíticos, diríamos que formações reativas e projeções passam a tomar conta do jogo. Perdoar ou não perdoar? Eis a questão. Se não for de verdade, perdão completo, se for somente um ato baixado por decreto para apaziguar a moral cristã, não vale a pena. Desse modo ficam abertas as portas para muita coisa mal resolvida, para agressões indiretas, por exemplo, as quais se escondem em atos inconscientes e vão, pouco a pouco, minando com o que restou do amor. E um bom indício de que se perdoou de verdade é o sentimento de compensação. Se nos sentimos compensados, seja lá por que motivo, é possível perdoar. Do contrário, estaremos navegando na mentir.

 

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