O Joy Division é o conjunto que mais gosto surgido do punk até os dias de hoje. A banda tinha um estilo bem pessoal: som do baixo e da bateria em primeiro plano; guitarra e teclados sombrios.
Mas o mais sombrio de tudo era seu vocalista, Ian Curtis. Sua voz é impressionante, como chegou até a dizer um conhecido meu: "Um sujeito com uma voz dessa, tem que ser problemático". Curtis era o letrista do Joy Division. Talvez não tenha existido letrista mais amargo, mais deprê que ele. Em "Isolation", ele chega a dizer: "Mãe, eu tentei, fiz o que podia; hoje tenho vergonha da pessoa que sou".
Ian Curtis era epilético. Se matou com apenas 23 anos, enforcado em sua casa. Pouco depois de sua morte era lançado o ótimo(e sombrio) álbum, "Closer". Dizem que ele se matou por não suportar mais seus ataques epiléticos e por problemas conjugais( parece que estava para se separar de sua esposa, e tinha um caso extra-conjugal). E há quem diga que ele era, realmente, um sujeito inconformado com a vida.
A música que mais gosto do Joy Division é "Decades". Possivelmente a canção mais melancólica que já escutei. O vocal de Curtis é angustiante, super triste, e tudo embalado com teclados lúgubres. A angústia fica maior quando o vocalista repete o refrão e o toque de mellotron, imitando conjunto de cordas, invade nosso ouvido... e nossa alma.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ian_Curtis
Isolamento
Amedrontado todo dia, toda noite,
Ele a chama em voz alta de cima
Cuidadosamente espreitando por uma razão,
Meticulosa devoção e amor
Renunciou à auto-preservação
Dos outros que apenas importam-se consigo
Uma cegueira que toca a perfeição,
Mas machuca como qualquer outra coisa.
Isolamento, isolamento, isolamento.
Mãe, eu tentei, por favor, acredite em mim,
Estou fazendo o melhor que posso.
Me envergonha as coisas que tenho feito,
Me envergonha a pessoa que sou.
Isolamento, isolamento, isolamento
Mas se você apenas pudesse ver a beleza,
Destas coisas que eu nunca poderia descrever,
Destes prazeres - caprichosos, distrativos
Este é o meu único prêmio da sorte
Isolamento, isolamento, isolamento(Ian Curtis)
Decades(Ian Curtis)
Here are the young men, a weight on their shoulders
Here are the young men, well, where have they been?
We knocked on doors of hell's darker chambers
Pushed to the limits, we dragged ourselves in
Watched from the wings as the scenes were replaying
We saw ourselves now as we never had seen
Portrayal of the traumas and degeneration
The sorrows we suffered and never were freed
Where have they been?
Where have they been?
Where have they been?
Where have they been?
Weary inside, now our hearts lost forever
Can't replace the fear or the thrill of the chase
These rituals showed up the door for our wanderings
Opened and shut, then slammed in our face
Where have they been?
Where have they been?
Where have they been?
Where have they been?
Degeneração
Aqui estão os jovens, um peso em seus ombros
Aqui estão os jovens, bem, onde estiveram?
Batemos nas portas das salas mais sombrias do inferno
Levados aos limites, nos arrastamos para dentro
Observávamos das asas enquanto as cenas se repetiam
Nos vimos agora como nunca tínhamos visto
Retrato dos traumas e degeneração
As mágoas que sofremos e nunca fomos libertados
Onde estiveram?
Onde estiveram?
Onde estiveram?
Onde estiveram?
Cansados por dentro, agora nossos corações perdidos para sempre
Não podemos nos recompor do medo ou da ânsia da perseguição
Estes rituais nos mostraram a porta para nossas caminhadas sem rumo
Aberta e fechada, e então batida na nossa cara
Onde estiveram?
Onde estiveram?
Onde estiveram?
Onde estiveram?
Joy Division é mesmo uma banda de qualidade.
ResponderExcluirGrato pela visita, Fernandez.
ResponderExcluirAdoro as letras de músicas e poemas que você publica aqui no Delírios e Surtos... Abraços
ResponderExcluirObrigado, Gilberto. Comentários assim, me incentivam mais a continuar com o blog.
ResponderExcluirAbraço
AMOOO Joy Division!!Banda maravilhosa! Pena que o Ian Curtis se suicidou...
ResponderExcluirvaleu pela visita em meu blog! Boa semana!bjos!
Mas acredito q vc deve gostar mais ainda do Bauhaus, não?rs
ResponderExcluirEu q te agradeço, Denise.
Boa semana pra vc tb.
Beijos
Olá, voltei!! Mesmo que tenha que ser devagarzinho, colocarei as leituras dos seus posts em dia.
ResponderExcluirEste chamou minha atenção, pois estava em Sampa, local de grandes bandas punk´s.
É certo que não acompanho muito este som, apesar de gostar deveras dele, inclusive tempos atrás li um livro muito interessante sobre a história desse estilo.
Abração
Keila, senti sua falta. Esse negócio de rótulos, sei não, punk, pós-punk, cult, sei lá mais o q, mas Joy Division é o bicho(rs). Vai mais além do q rótulos. Escutou o vídeo?
ResponderExcluirAbraços
Olá Roderick
ResponderExcluirEu gostei do post, gostei tambem de algumas músicas da banda, Ian Curtis tinha uma voz única.
Abraços.
Legal vc ter gostado, Superman!
ResponderExcluirGrato pelo comentário.
Abraços
Acabei de ouvir e esta música em especial é bem diferente do punk que tô acostumada. Meio mórbido, dá uma deprê, mas gostei imensamente. Muito bom!!!
ResponderExcluirPois é, também não gosto desse tipo de rótulo, aliás, em geral rótulo é um saco...
Mas ser humano tem mania de querer resposta para tudo, portanto eles surgem desse desejo de se enquadrar e enquadrar o que lhes permeia. Ou melhor padronizar! Portanto, dentro disso os próprios artistas em certos casos permitem ser rotulados, mesmo não concordando.
Mas cá para nós, o que importa é a identificação com o som, seu estilo pouco importa, né!?
E realmente você tem razão, eles são ótimos!
Abração!
Oi Keila. Se não me falha a memória o Joy Division no começo foi rotulado de pós-punk. Rótulo serve mais para confundir, para criar polêmica q para definir mesmo um estilo.
ResponderExcluirA música é bem deprê mesmo! Essa frase, então, quer coisa mais amarga, mais angustiante? " Estes rituais nos mostraram a porta para nossas caminhadas sem rumo
Aberta e fechada, e então batida na nossa cara"
Obrigado pelo comentário.
Abraços
"palavras não podem explicar, ações não determinam estava só assistindo a queda das folhas, nas árvores". The Eternal - Closer ... e depois ele se enforcou, acho que em Closer ele anuncia sua morte.
ResponderExcluirJoy Division sempre toca aqui, é uma som necessário.
Eu até arrepio...
ResponderExcluirObrigado, Anônimo. Apareça sempre e, se possível, se identifique.
Adorei seu blog! Essa banda é atemporal, tenho vontade de chorar quando escuto , você entra em uma atmosfera muito densa, melancólica e envolvente. O filme "Control" (vida de Ian Curtis) é primoroso!
ResponderExcluirSeja bem-vinda, Juliana! Infelizmente, não vi o filme.
ResponderExcluirJá relatei, no blog, que tentei o suicídio. E numa das tentativas, escutei as "The Eternal" e "Decades", do Joy Division.
Muito obrigado!
Apareça mais!