A vida seria um erro, se não existisse a música(Nietzsche). A vida é um erro, mas a música atenua este erro(O Caveira)

Isso, abaixo, seria a vida após a morte?

sábado, 17 de julho de 2010

Ibsen(biografia)


Foi nos anos 80 que conheci o escritor e dramaturgo Henrik Ibsen, um homem a frente de seu tempo,irreverente, um crítico contumaz de nossa hipócrita sociedade, tido como feminista, a favor da verdade, mas...
Leiam sua biografia.

* 6 Referências




[editar] Biografia



Ibsen teve uma ascendência mesclada por diversas nacionalidades. Seu pai, Knud Ibsen, foi um abastado comerciante de madeiras, casado com Maria-Cornélia Altenburg, que pertencia a uma família aristocrática alemã, fato que ofereceu ao escritor uma infância tranqüila até os oito anos de idade, quando seu pai abriu falência, e a família se viu obrigada a viver mais modestamente. Tal mudança influenciou definitivamente o comportamento de Ibsen que, já tímido por natureza, tornou-se mais isolado e taciturno. A atmosfera familiar também era difícil, pois o pai era um homem dominador e alcoolista, e sua mãe era uma mulher submissa, que buscava conforto na religião. Suas maiores distrações na infância eram o desenho e a pintura, paixões que manteve, pois conservou sempre consigo uma coleção de quadros que adquirira.



Na adolescência, Ibsen apaixonou-se pela teologia e se tornou grande leitor da Bíblia, porém pouco pode se dedicar a tal estudo, pois aos dezesseis anos, mediante as precárias condições da família, teve que escolher uma profissão, mudando-se para a cidade de Grimstad, onde passou a trabalhar como aprendiz do farmacêutico Jens Reimann, aí permanecendo por cinco anos. Em 1846, nasce Hans Jacob Henriksen, filho ilegítimo de Ibsen e Else Sophie, uma das criadas de Reimann, que Ibsen assumiu e sustentou imbuído pelo senso do dever.



Ibsen pretendia, nessa época, estudar medicina, mas foi reprovado nos exames de admissão à universidade, passando a se dedicar, então, apenas à literatura. Sua primeira obra para teatro foi escrita ainda em Grimstad, em 1849, Catilina, que na época foi rejeitada pelos editores. Sua segunda peça, Túmulo de gigantes, compõe-se de uma só ato e foi representada no teatro real de Christiania, atual Oslo, em 1850. Produziu algumas sátiras, como Norma, e a epopéia Helze Hundingsbone, adquirindo alguma celebridade. Foi designado, então, para diretor de cena num pequeno teatro de Bergen, o Den Nationale Scene, onde escreveu quatro peças, entre elas Madame Inger em Ostraat, em 1855. A festa em Solhang, de 1856, foi seu primeiro sucesso popular, resultando no convite para uma festa na casa da escritora Magdalene Thoresen, onde conheceu sua futura esposa, Suzannah Daae Thoresen, filha da escritora. Em 1858 casou com Suzannah e em 1859 nasceu o único filho do casal, Sigurd.



Ibsen voltou para Christiania[1] e assumiu o Norwegian Theatre, em 1857, e após a falência desse teatro, assumiu a direção do Christiania Theatre, escrevendo então Os guerreiros em Helgoland em 1858, e a sátira A comédia do amor, em 1862, essa idealizada inicialmente em prosa, mas transformada depois em versos. Nesta obra inicia sua luta contra as mentiras sociais, no caso específico, a hipocrisia do amor.



Em 1861, descontente com suas dívidas, doenças e com a pouca valorização atribuída à sua literatura, chegou a pensar em suicídio. Mediante a falta de apoio da Noruega e Suécia em defesa da Dinamarca, por ocasião da guerra com a Prússia, foi para Roma, em 1864. Nessa época, iniciou uma verdadeira polêmica com o escritor democrata Björnstjerne Björnson, através de correspondência.



Em 1866 escreveu Brand, e em 1867, Peer Gynt. Em 1868 mudou-se com a família para Dresden, onde viveu por sete anos. Começou então sua fase de dramas modernos, destacando-se Casa de bonecas, em 1879, onde se mostrou um defensor da causa feminista e alcançou prestígio internacional, e Os espectros, em 1881. Escreveu em 1882 uma de suas obras de maior destaque, talvez a mais polêmica, O Inimigo do Povo, onde o autor expõs a miséria moral da sociedade através do conflito entre o interesse público e a verdade. Defensor da verdade acima de tudo, em 1884, porém, através de O pato selvagem, acabou admitindo, no final da peça, a necessidade de certas mentiras.



Em 1889, Ibsen conheceu Emilie Bardach, uma jovem da alta sociedade canadense, com a qual passou a trocar correspondência, e especula-se um possível relacionamento amoroso entre eles. Sua cartas foram publicadas após a morte de Ibsen. Vieram então Rosmersholm, A dama do mar e, em 1890, Hedda Gabler. Nessa tragicomédia, através da discussão do papel da mulher na sociedade o autor leva o espectador a refletir sobre a própria existência humana..[2]



Após ter viajado por toda a Escandinávia, Itália e Alemanha, Ibsen se fixou em Munique, em 1885, só voltando à Noruega em 1891. Em 1892 seu filho Sigurd casou com Bergliot, e em 1893 nasceu o neto, Tancred. Em 1894, escreveu O Pequeno Eyolf, onde criticou o papel social da família do século XIX. No drama escrito por Ibsen, a tragédia da morte do filho Eyolf traz à tona o relacionamento do casal, com as dificuldades do compromisso social do casamento. Mediante a não realização individual, o casal deposita seus sonhos e expectativas na vida do frágil Eyolf que, numa atitude de libertação, segue a Senhora dos Ratos, personificação da morte na mitologia norueguesa.

Henrik Ibsen durante a velhice



E finalmente, em 1899, Ibsen escreveu sua última obra: Quando despertarmos de entre os mortos. Em março de 1900, Ibsen contraiu uma forte gripe, e em poucas semanas teve o primeiro derrame, e em 1901 o segundo. Em 1902 foi indicado para o Prêmio Nobel de Literatura. Em 1903, após um terceiro derrame, perdeu a capacidade manual de escrever, e morreu em 23 de maio de 1906, sendo sepultado em primeiro de junho com honras de Estado no cemitério Var Freisers.

[editar] Histórico



Durante quatro séculos a Noruega fora administrada pelos dinamarqueses. Em 1814, separa-se da Dinamarca e integra-se à monarquia da Suécia, passando a ter sua própria Constituição, em 17 de maio, considerada uma das mais liberais da Europa. O poder executivo, porém, era constituído por civis indicados e o poder legislativo eleito indiretamente pelo povo. Os noruegueses não conseguiam impedir completamente as interferências suecas, que feriam seu orgulho nacional e serviam como incentivo ao nacionalismo.



Ao longo da dominação, duas classes haviam se formado: os camponeses e os funcionários. A classe dos funcionários era constituída por toda uma variedade de participantes, desde funcionários públicos, magistrados, pastores da Igreja Luterana, advogados, médicos, universitários em geral, até comerciantes e armadores, representando a civilização ocidental do país, a classe dirigente, sob a influência dinamarquesa que os formara e a fidelidade à coroa sueca. Já a classe dos camponeses, representada também pelos pescadores, pelos pobres, era politicamente democrática e ortodoxamente religiosa, odiava o Estado, que a excluía pela falta de formação universitária. As duas classes eram incompatíveis, inclusive falavam línguas diferentes: os funcionários falavam e escreviam o Riksmaal, língua dinamarquesa comum, e os camponeses falavam o Landsmaall, antiga língua medieval, próxima do islandês e do nórdico primitivo.



A literatura norueguesa era mais precisamente um ramo da literatura dinamarquesa. A literatura norueguesa moderna, identificada como literatura independente, inicia com Henrik Wergeland, chefe dos revolucionários nacionalistas e Johan Sebastian Welhaven, chefe dos conservadores. Por volta de 1850, iniciam-se as transições sociais, que vão servir de impulso para as revoluções literárias. O jovem Ibsen era, portanto, um daqueles estudantes pobres, que buscava vencer à custa de várias privações. O escritor entra num grupo de estudantes socialistas, os primeiros da Noruega, e começa a colaborar num jornal operário criado por Thrane. A prisão de Thrane e seus assistentes convence Ibsen a abandonar as manifestações políticas, mas as idéias socialistas intensificam sua revolta contra as autoridades e contribuem para a formação de sua visão de liberdade individual.



Em 1864, porém, contrariado pelo fato de a Noruega conservar-se neutra na guerra da Dinamarca contra a brutalidade prussiana, deixa a pátria e vai para a Itália, e em 1875, muda-se para Munique, então uma das capitais artísticas da Europa. Por volta de 1885, Ibsen já é o dramaturgo mais representado e festejado no mundo inteiro. Volta esporadicamente para a Noruega, porém já a acha pequena demais, e só vai reconciliar-se totalmente com a pátria em 1891, quando volta de forma definitiva para Kristiania.

Tumba de Ibsen em Oslo.

[editar] Características literárias



Acredita-se que a obra de Ibsen foi influenciada pelo poeta dinamarquês Adam Gottlob Oehenschlager, que enaltecia a era viking, e pelo dramaturgo francês Eugene Scribe, autor de mais de quatrocentas peças, muitas delas produzidas por Ibsen na época em que era diretor de teatro.[3]



Costuma-se dividir sua obra em três períodos: romântico, entre 1850 e 1873, realista, entre 1877 e 1890, e simbolista, de 1892 a 1899.



Suas peças mais famosas retratam de forma realista a vida contemporânea, e seu tema central é o dever do indivíduo para consigo mesmo, onde os conflitos psicológicos predominam sobre as situações. Seu individualismo anarquista influenciou as gerações posteriores mas, em sua vida pessoal, Ibsen era conservador.



Suas peças causaram escândalo na sociedade da época, no enfrentamento dos valores morais vitorianos da família e da propriedade, então ainda predominantes. Ibsen defendia a liberdade espiritual, que nada teme, e não se submetia a nenhuma disciplina partidária, apenas à verdade.

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