Não ando muito inspirado, aliás, nada inspirado, no entanto, como fui atingido, há pouco mais de um ano e meio, pelo vírus da paixão, tentarei dizer algo a respeito. O que leva um homem, já cinquentão, descrente e sem objetivo, até mesmo frio, duro e, cínico(no sentido de não acreditar em relacionamentos amorosos), a se apaixonar? Maior agravante: paixão virtual, sem conhecer sua amada pessoalmente. Carência? Falta do que fazer? Loucura? Remanescentes de uma mente romântica, que , na verdade, mesmo que inconscientemente, gostaria de amar e de ser amado, dando um sentido maior para sua monótona vida? E esse cinquentão sempre teve ciência e dizia a todos, até mesmo pra sua amada, que nada tinha a oferecer, que era um homem amargo, não muito amante da vida e das pessoas. E o papel da amada nisso, qual é? Acredito, mesmo involuntariamente, teve sua 'culpa'.
Seus encantos eram tamanhos, que eu cheguei a falar: você nem parece ser real. Ela pediu que eu não a idealizasse; entre outras palavras, afirmou que era comum. Porém, ela não era comum, não é comum. E na paixão acabamos por idealizar sim a pessoa amada.
No mundo virtual, sem conhecer a pessoa cara a cara, fica mais fácil ainda de se idealizar. Sempre soube e percebi que a Linda Linda tratava a todos, sejam homens ou mulheres, da mesma forma: com atenção, carinho , enfim, com seu jeito bem especial. Seus predicados eram enormes e, além do mais, sou um canalha, dos mais pretensiosos: sou feio, mas gosto muito de mulher bonita, e ela, era meu tipo de mulher, fisicamente falando, com seus lindos e longos cabelos negros. Ora, um cinquentão tem conhecimento que tudo que parece ser perfeito demais, é digno de suspeita. Com o tempo, gradualmente, notei que ela, como todo ser humano, tinha seus defeitos, sendo que alguns, para um *perfeccionista, bem imperfeito do meu naipe, chato e rabugento, muito me frustraram. Desconfiado, ciúmento, possessivo, tudo ao extremo, consegui a proeza de decepcioná-la. Mas ela também é muito ciúmenta(não tanto quanto eu) e bem desconfiada(mais do que eu). Houve igualmente uma forte incompatibilidade de gênios, de duas pessoas, que no começo pareciam se gostar tanto. Sempre tive consciência que eu gostava mais dela do que ela de mim. Minha paixão foi tão alucinante, que só a quis para mim, somente para mim. Com toda minha experiência de vida, perdi o controle, me apaixonei perdidamente, querendo uma mulher, morta para os outros, mas viva pra mim, só pra mim! Todos os seus amigos, do sexo masculino, se tornaram suspeitos, rivais , cada um a seu modo, uns mais outros menos. Não obstante meus excessos, creio que muitos homens devem ter sentido o que eu sinto, muitos ainda sentirão, pois a Linda Linda exala, entre tantas coisas, fascinação, sensualidade e sedução. Hoje, nem sei dizer ao certo o que bem eu sinto. A criação deste blog, talvez até inconscientemente, é mais uma tentativa desesperada de continuar com um elo com essa encantadora mulher, que é o único elo que me prende a vida. A vida continuará sem ela, mas creio que por pouco tempo, e eu nunca mais serei o mesmo. Será que estou louco? Louco de paixão? Louco de amor? Seria o vazio da existência? Acho que estou muito dramático, não? Mas é o que sinto.
* Detesto perfeccionistas, mas já andaram me chamando disso, por ser muito exigente com as pessoas e as coisas.
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