A vida seria um erro, se não existisse a música(Nietzsche). A vida é um erro, mas a música atenua este erro(O Caveira)

Isso, abaixo, seria a vida após a morte?

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Bons Amigos





Morando com o  Amigo

Do final de novembro de 1989 , até agosto de 1991, trabalhei numa contabilidade, no setor de pessoal.
Eu fazia a folha de pagamento de uma clínica de cirurgia plástica, mantendo muito contato , por telefone, com a secretária, S. S tinha a voz bem fina, fininha mesmo. Achava engraçado ela me chamar de senhor, pois ninguém me chamava deste modo(eu tinha 35 anos). Durante muito tempo, a conheci apenas pela sua foto do livro de registros de empregados: era uma mulher bonita, mais nova do que eu, cabelos longos(pretos ou castanho escuro), bem branca.  Apesar dela me tratar muito bem, uma vez falou que eu era um doce(doce?! Eu?! amargo como sou! Só se for um doce de laranja-rs), na única vez que ela foi no nosso escritório, nem perguntou por mim, entrou rápido, perguntando pra mim quem era o dono da contabilidade. Foi embora rápido também.

Durante as minhas férias, tive a idéia de fazer uma cirurgia plástica, na citada clínica. Nunca fui vaidoso,  mas... Sempre detestei minha boca, muito pequena, com lábios bem finos e o superior mais fino ainda... Conversei com o proprietário da firma , ele me falou que poderia fazer a cirurgia, mas que ela poderia não ter sucesso: a boca ficaria maior por pouquíssimo tempo, depois voltaria ao normal, como era antes. Ele me fez um preço bom, eu arrisquei. Acabou que aconteceu o que ele falou. Durante este tempo, tive que ir na clínica algumas vezes, nas quais observei melhor a S. Ela era alta, mais alta do que eu.

Pouco tempo depois que voltei a trabalhar, me desentendi com meu patrão. Pedi demissão. A S foi uma das pessoas que fiz questão de me despedir. Ela lamentou muito. Pegamos o telefone um do outro. Não sei se é verdade, mas um office-boy disse que assim que ela ficou sabendo que eu sairia da firma, telefonou para o meu patrão, xingando-o.

Um dia nos saimos, fomos ao cinema, ver um filme(sugestão dela) protagonizado por aquele menino do "Se Esqueceram de Mim". Fiquei surpreso com ela, pois na clínica, ela vestia uma saia longo, com sapatos de salto- bem elegante; ao se encontrar comigo, ela estava de calça cumprida e tênis- bem simples(a roupa que ela usava no serviço, era um uniforme). Outra surpresa: ao sentarmos, no cinema, ela colocou as pernas na poltrona da frente, desceu seu corpo até sua cabeça se encostar na poltrona. Eu achei sua postura pouco feminina.  Não rolou nada.rs. Não houve paixão entre nós, no entanto, como ambos éramos livres e ela era uma mulher atraente, lógico, caso ela quisesse algo comigo, eu aceitaria, mas sem paixão...

Mais surpresa: antes mesmo de sairmos juntos, S já havia revelado que morava com um homem. Disse que o mesmo era respeitador, que nunca tiveram nada um com o outro, e que é melhor morar com um homem do que com uma mulher, que já morou com colegas que mexiam até em suas calcinhas. Achei isso muito estranho, cheguei até a pensar que o cara pudesse ser gay(rs). No dia que fomos ao cinema, foi o tal amigo que a trouxe, em seu carro. O vi de longe, não parecia nem um pouco ser gay(rs).
More surprise: o cara tinha uma namorada. Isso mesmo, gente, uma namorada! Não acredito que S fosse lésbica. Ela chegou a contar pra mim um pouco de seus casos amorosos, disse até que no ano anterior foi vítima de um aborto involuntário.

Pisada na bola: No natal de 1991, mandei um cartão bem bonito para a S. Ela não me respondeu... tempos depois, me procurou, ao telefone, com o papo furado: "seu cartão foi o mais bonito que eu recebi, mas eu estava bem sem tempo, sério, por isso não agradeci na ocasião". Tá bom...

Segunda e última pisada na bola: Nosso contato só se resumia a telefonemas. Eu estava com dificuldades de arrumar emprego, aí ela me disse: "acho que você não quer é trabalhar; vc deveria arrumar ao menos um bico". No dia que eu arrumei um novo trabalho, telefonei pra ela, na clínica, ela atendeu e disse: "não posso falar agora, daqui a poucos minutos te ligo", e não ligou mais.  Uns três meses depois, ela liga pra mim, eu me queixo da sua atitude, ela diz: "sabe o que é? É que eu enjôo...". Eu fiquei p. da vida , puxei sua orelha, ela me pediu perdão...E olha que ela telefonava com mais frequência pra mim do que eu pra ela... Ficamos muito tempo sem contato, até que eu tive que me mudar de residência. Por 'alívio de consciência', telefonei pra ela comunicando o fato. Ela falou: 'vamos sair?'. Eu respondi: 'quando você quiser'. E ficou por isso mesmo, nunca mais tivemos contato. A 'amizade' se acabou.

Até hoje acho muito estranho ela morar com um homem. Mesmo que não rolasse nada, sempre ficaria a dúvida. Eu não gostaria de namorar uma mulher assim.

Outra peculiaridade na S: ela tinha o tipo de mulher submissa e humilde, mas não era mesmo e fazia questão de dizer: "não sou submissa!". No pouco tempo de contato, notei que ela tinha o gênio bem forte, que era uma pessoa dificílima de se lidar.

continua...

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