A vida seria um erro, se não existisse a música(Nietzsche). A vida é um erro, mas a música atenua este erro(O Caveira)

Isso, abaixo, seria a vida após a morte?

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Minhas Duas Primeiras Paixões(Mais Confissões de um Manoteiro) 3


E foi numa das festas , na casa da minha tia, que conheci minha futura segunda namorada, a Le, que morava no mesmo bairro da Ta.

Le era bonita, mas nem tanto; era um pouco acima da média em termos de beleza, mas nada especial(tinha os cabelos castanhos e um pouco curto). Apenas em uma dessas festas, que ficamos lado a lado, e notei que ela parecia ter se simpatizado muito comigo. No entanto, a namorei quando eu tinha 20 anos. Ela já sabia do meu sentimento a respeito da Ta. Sentimento que, às vezes, esfriava, talvez até mesmo por causa da distância, quem sabe por eu, mesmo que inconscientemente, não tinha esperanças de namorá-la. Le se sentia muito insegura por causa da Ta. E, na verdade, não me apaixonei por ela, e costumava imaginar a Ta, no lugar dela, até mesmo quando nos beijávamos.  Um dia, quando estávamos na frente , no quintal de sua casa, vi a Ta, que não nos viu. Le falou que eu fiquei vermelhinho... Brigou comigo, dizendo que eu não conseguia esquecer da Ta. Pouco tempo depois, ela termina tudo comigo.

Em 1976, que eu tinha 20 anos, e esse ano foi bem movimentado. Namorei duas vezes, e, antes disso, me apaixonei por uma vizinha, que me rejeitou. E ainda fazia sexo, ocasionalmente, com prostitutas e empregadas domésticas(era o que a gente conseguia, na época-rs). E a namorada , que veio depois da Le, a Hi, me fez apaixonar. No comecinho do namoro, nada eu sentia por ela, mas , em pouco tempo, me apaixonei; bem mais pela sua pessoa do que pela sua aparência. Porém, tudo durou muito pouco, pois ela não tolerou meu ciúme.

Mal o meu namoro com a Hi, tinha terminado, voltei a pensar na Ta(era sempre assim).

Fiquei super chateado, quando numa das vezes que passei em frente sua casa, ela não me cumprimentou. Naquela época, os cabelos dela estavam  mais longos, mas não tanto como eram, e ela os partiu de lado, não no meio como fazia antes. Minha tia disse que chegou a falar com ela que eu queria namorá-la, e que ela  só riu, e foi embora. Será que esse riso foi de deboche?rs

Ainda em 1976, aconteceu uma festa, no aniversário de um primo, vizinho da Ta. Pedi que a convidasse. Não sei se convidaram, mas ela não apareceu. Naquela ocasião, ela estava namorando. Seu namorado era mais velho do que ela e do que eu, mas não como se fosse tipo um pai. Era gordo e feio.

Creio que foi no mesmo 1976, que na casa da Ta passou a ter telefone.  Liguei para ela, na casa de um colega, mas não tive coragem de falar nada. Pouco depois, na minha casa, quando eu estava só, telefonei para ela, que disse que não lembrava quem eu era. Ela até falou que lembrava das festas, mas não se lembrava de mim. Não recordo mais se cheguei a dizer, nesta conversa, que eu gostava dela, sei que quis encontrar com ela, mesmo sabendo que ela estava namorando firme, e ela negou: "Não dá, não". Me despedi. Fiquei arrasado, pensando , poxa , eu anos apaixonado por uma menina, enquanto ela nem se lembra da minha existência; como pude ser tão idiota!

Em 1977, ela se casa. Fiquei muito chateado. Meu tio, vizinho dela, que assim como eu trabalhava no Mercado Central, me disse, com aquele jeitinho peculiar dele: "sua namoradinha se casou".

Fiquei inconformado com seu casamento, falando com muita gente que não se usava mais uma pessoa casar tão jovem, com apenas 20 anos.

Pouco tempo depois , do seu casamento, ela, para minha surpresa, aparece no Mercado Central(nunca, até então, a tinha visto lá), passando, por mim, em frente a banca em que eu trabalhava. Estava abraçada com o marido. Não foi legal vê-la com o marido, mas, ao mesmo tempo, gostei de vê-la; tanto que saí atrás deles(sem eles me verem, claro), só para olhá-la. Não gostei quando vi seu marido beijando seu rosto...
Porém, foi pouco tempo que ela frequentou o mercado... Ela sumiu...

Em, 1980, voltei a vê-la. O destino me impressiona, eu estava com uma colega de sala, de um curso de Auxiliar de Escritório, íamos tomar um ônibus, no seu ponto final, no centro, e ele estava arrancando, para sair, minha colega não queria correr, eu insisti e corremos, quase perdemos o ônibus, e a Ta com seu marido e seu filhinho estava nele também. Não comentei nada com a colega, mas fiquei pensativo, um pouco triste.

Neste século, creio que há uns dez anos atrás, quando eu , de ônibus, ia para casa, depois de passar um final de semana com a minha ex-mulher, tive a impressão de ver a Ta, esperando ônibus, justamente no mesmo bairro em que ela morava quando solteira. Se não for ela, ou é uma de suas irmãs ou filha dela. Se for ela, a  mesma estava bem conservada, enxuta, para a sua idade.

Há uns 4 anos atrás, pesquisei seu paradeiro, na internet, e me deparei com seu filho no orkut. Não vou contar detalhes de como descobri, mas vi um scrap do rapaz(ele não mostrava seu rosto e nem falava sua idade), dizendo: "sou filho da Ta". Tenho certeza que era ela, pois sei seu nome completo de solteira. Ela não tinha perfil no mundo cibernético.

Dentre as loucuras que fiz, com respeito a ela, pedi que um colega/vizinho, o C., gente muito boa, mais jovem do que eu, baixinho, fosse, na nossa adolescência, no bar/restaurante de sua família, para checar algo a meu respeito, no tocante a ela. E foi aí que descobri seu nome completo, pois ela o assinou, como se fosse um autógrafo, para o meu colega(rs). Ele a achou linda: "se você conseguir namorar uma menina assim, você está feito!".  Na segunda, e que eu me lembre, a última vez em que ele teve contato com a Ta, ele estava bem estranho, falou que ela sabia que eu gostava dela. Falou também que ela não era tão bonita assim, apesar de ter um sorriso bonito, disse que ela não parecia ser uma menina que teria amigos(a),e  me aconselhou a esquecê-la.

Quando a mãe da minha tia morreu, enchi a paciência dos meus primos, pedindo que minha tia convidasse a Ta para a missa de sétimo dia. Eu estava bem elegante, na missa. Fiquei nas fileiras da frente, da igreja, e toda hora eu olhava para trás, para ver se via a Ta, que não apareceu, apenas sua mãe estava presente. Minha tia não gostou nem um pouco , e fez pouco caso de mim, nem me respondeu , quando me dirigi a ela.
E uma vez, ao visitá-la, acompanhada de um colega, minha tia não me tratou bem , rebatendo tudo o que eu falava. Ao lhe perguntar sobre a Ta, ela respondeu: "cada dia com um namorado". Ao falar bem de sua sobrinha, de São Paulo, que chegou a se interessar por mim(mas não rolou nada, e ela sabia do meu interesse pela Ta), ela criticou muito a menina.  Ao sair de sua casa, falei com o colega, o Ba, poxa, tudo que eu falei, minha tia me criticou, rebateu... O Ba, um tremendo de um gozador, falou rindo: "é, notei que sua tia estava a fim de te foder"rs. Aí, ao lhe perguntar: Mas o que ela tem contra mim, pô, a Ta aparece, saindo de sua residência.

Uma vez, eu ouvia música, com um colega vizinho, que considerei meu melhor amigo, em minha casa. De repente, triste, lhe perguntei: Você é feliz? Ele respondeu afirmativamente,e questionou a minha pergunta. Eu falei que eu era infeliz. Ele: "Por que?", parecendo surpreso, eu : por causa da Ta. Ele: mas você não a procura... E ele tinha razão.

Muito louco isso tudo, não?  Vocês já viram algo semelhante? Uma menina que gostei tanto, e mal a conhecia; nunca soube qual cor era de sua preferência, qual time ela torcia; nada soube sobre ela. Se era fácil de se lidar, ou tinha o gênio ruim, e tantas coisas mais... Fascinação?  Retardamento? Amor(não acredito)?E a Ta foi a única mulher a qual me apaixonei no mesmo dia em que lhe conheci.



2 comentários:


  1. Seu relato me fez lembrar da minha adolescência e das minhas paixões, ih, foram muitas, digamos, de todos os tipos , uma em especial, lembro-me do nome dela completo até hoje e a considero o meu primeiro amor, sabia seu endereço, nome dos pais dela, passava em frente de sua casa, e por aí vai, eu a conheci no colégio, contudo ela nunca veio a saber disto, do meu amor, triste isso, amar-se alguém e , no meu caso, por timidez, medo, sentimento de inferioridade e tantas e tantas outras coisas que assombram a adolescência ( não sei se os jovens de hoje passam por isso, também, particularmente penso que não, acho que eles são mais desencanados, mais soltos, mais libertos...), não se externa tal sentimento , temor de receber um não , sofrer, etc.
    Esse primeiro amor torna-se inesquecível e nos marca a ferro e fogo, para sempre, por estas características e mais, por ser um amor puro , casto, quando ainda não tínhamos o conhecimento do sexo , era amor, simplesmente amor ( não que eu considere o sexo algo sujo ou ruim, mas pelo fato de que há aquele amor que nos arrebata por inteiro, juntando tudo: o amor mais o sexo: e há o amor que se basta a si mesmo , é só amor , como também há relações que envolvem apenas e puramente sexo... ) , é , no meu caso foi assim.
    Hoje externo meus sentimentos , mesmo que venha a ser rejeitado e venha a sofrer, deixo bem claro para a amada o quanto a amo, e assim considero ser o correto, melhor assim do que vir a se arrepender pelo que não foi dito, externado, feito.

    Abraços

    Vauxhall

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  2. Oi Vauxhall. Concordo com o que você disse.

    Eu tinha curiosidade, vontade de saber como era a casa da Ta.
    Ela estudava no colégio do seu bairro, assim como eu estudava no colégio do meu(rs), mas eu tinha ânsias de ser colega de escola dela. Hoje, penso diferente, não acho legal isso, assim como trabalhar na mesma firma da amada. E digo o mesmo a respeito de interagir. A LL, por incrível que pareça, foi a mulher que mais gostei(digo por incrível que pareça por causa de não tê-la conhecido pessoalmente e pela minha avançada idade), e a enorme exposição dela no mundo virtual, diga-se blogosfera, não me agradou.
    Muitos casamentos não dão certos, devido os casais morarem juntos. O namoro é bem mais gostoso; aquele lance de se encontrar duas, três vezes por semana...

    No caso de deixar claro para a amada o nosso amor, bem, suspeito que a Ta quando soube do meu sentimento , deve ter achado bem estranho, no mínimo isso, já que tivemos pouco contato, não nos conhecíamos direito. Foi tudo em vão , claro.
    Mas o gostar é assim, já aconteceu de certas mulheres se apaixonarem por mim, e me deixarem surpreso, pois também mal as conhecia, como a própria sobrinha da minha citada tia, se a vi três vezes foi muito.

    Sobre os jovens atuais, ih, hoje é tudo muito diferente. Eles começam cedo... As garotas falam "foda-se", porra, trepei com ele...

    Muito obrigado, Vauxahall.

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