A vida seria um erro, se não existisse a música(Nietzsche). A vida é um erro, mas a música atenua este erro(O Caveira)

Isso, abaixo, seria a vida após a morte?

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Minhas Duas Primeiras Paixões(Mais Confissões de um Manoteiro)


Dizem que a primeira namorada, a gente nunca esquece. No meu caso não foi assim. Eu tinha 17 anos , quando namorei a primeira vez, e a A. não mexeu muito comigo. Ela era bonita, loura, dos olhos azuis, simpática, fácil de se lidar, e, ainda assim, não me apaixonei por ela. Creio que foi pelo fato dela ter apenas 14 anos, já que eu não gostava de meninas muito novas(três anos de diferença, naquela época, fazia muito diferença). O outro motivo que não me fez apaixonar, acredito ser porque eu era apaixonado por outra.

Na minha vida tudo sempre foi meio(ou inteiro) esquisito. Minha primeira relação sexual , aconteceu quando eu tinha de 13 para 14 anos. Como era de praxe, na época, me iniciei com uma prostituta. Foi legal, mas nem tanto. Posteriormente, tive relações sexuais mais gostosas, incluindo com as meretrizes.

Vou relatar minhas primeiras duas paixões, que foram bem estranhas, loucas, até contraditórias, e acabaram me marcando.

A Primeira Paixão

Em 1965, aos 9 anos, entrei para o colégio Curso Chopin, no segundo semestre, cursando o segundo ano primário. A Ta já era da minha sala. Mas não houve nada que se destacasse , no citado ano.

Eu era um menino idiota, comum como muitos: não era bonito, nem feio; não era alto, nem baixo; era magro(o que era comum entre os meninos); não tirava notas altas, mas também não perdia média. Eu me dava bem com os colegas. Gostava deles. Ainda lembro o nome de alguns. E mesmo os que tinham gênio mais difícil, eu gostava.

No ano seguinte, o F ingressa no colégio, era da nossa sala.  F era louro, cabelos um pouco crespos, mais baixo do que eu. Era super querido pelos colegas. Todo mundo gostava dele. Era brincalhão, só vivia rindo. Um dia, não lembro mais por qual motivo, ele chorou, pra logo em seguida, sorrir. Uma pessoa comentou: "Poxa, mesmo quando ele chora, ainda ri!".

Um dia, eu e F estávamos entre as meninas, fazendo gracinhas para elas. No meio das risadas, a Ta disse que o F era muito engraçado, mas eu era muito sem graça. E, aí sim, que fiquei sem graça(rs).

No ano posterior, o F havia saído do colégio(ela havia avisado que iria sair).

Era comum, no começo das aulas, alguns alunos não aparecerem na sala de aula, devido ainda estarem viajando, durante as férias. Entre um tanto de colegas que faltavam, senti falta só da Ta. A saudade que eu sentia dela era imensa. Percebi que eu estava apaixonado. Com 11 anos de idade(ela tinha 10), sem saber o que é sexo(eu nem sabia que existia útero, e que existia relação sexual, sério-rs) me apaixonei, e, justamente, por uma menina que parecia não se simpatizar comigo.

A Ta era loura(não muito), tinha cabelos lisos e longos, era comum usar franjinha, bem magra , muito bonita, tinha a voz fininha(rs). No ano anterior, sem ainda estar apaixonado, ela passou em frente da minha casa, vindo duma festa junina, fantasiada de caipira. Eu falei: você está muito bonita, Ta. Ela, com sua vozinha: "obrigada".

Interessante, é que antes dela voltar às aulas, eu e alguns colegas, meninos e meninas, estávamos conversando sobre paixão, aí , falei que eu estava apaixonado por uma colega de sala, que ainda não tinha voltado às aulas. Eles tentaram adivinhar, falaram um tanto de nomes, menos o da Ta(rs).

Para eu ir até o colégio, bastava eu subir, uns dois quarteirões, uma rua, em frente da minha casa, que chegava lá, porém, eu caminhava bem mais para me encontrar "ocasionalmente" com a Ta, na rua em que ela morava. Bem, acho que antipatia ela não tinha de mim. Conversávamos muito no curto caminho. De vez em quando, eu lhe dava balas...

Uma vez, logo depois de terminar as aulas, eu e mais um grupo de meninos e meninas estavam descendo a rua, a rua em que a Ta morava. Ela ia na frente, acompanhada da A.C.(muito bonita também , e simpática); eu falei com os colegas ao meu redor, sou apaixonado por uma das duas(sem elas escutarem), sabem quem é? Todos falaram: " É pela A.C.". O bobão aqui falou: não, é pela Ta. E saí correndo(rs- Santa Idiotice!).

E ficou só nisso(não houve namoro, nem beijo).O ano letivo terminou. No ano seguinte, a Ta, assim como a maioria, creio que mais de 70% dos colegas do primário, migrou  para outros colégios, sob a alegação que o ensino ginasial no Curso Chopin era fraco. E, neste ano, 1968, eu já era um adolescente idiota, e fui bem mais idiota na adolescência que na infância. Idiota, complicado, entre outras coisas. Nesta fase, não só perdi a Ta, perdi também a felicidade; a criança idiota e feliz que eu era, havia morrido. E nunca mais vi a  bonitinha Ta... Brincadeira do destino...

continua...


8 comentários:

  1. Vejo que voltou com gosto de gás.
    Recordar é viver.
    Beijos!!

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  2. Aeeeeeeeeeeeeeeeeeeee..... Bom vê-lo aqui novamente.....

    Ah, as paixões! Primeiro amor... Por que será que gostamos de pessoas que nunca querem nada com a gente????

    Também nunca entendi por que os homens deviam perder a virgindade com meretrizes. O que sentia depois do fato consumado? Feliz? Triste? Realizado? Já se apaixonou por alguma delas?

    Beijos!

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  3. Oi Turismóloga(rs). Tudo bem contigo? Espero que sim.

    Primeiramente, Suzi, gostaria muito de te agradecer pela consideração que tem com a minha humilde pessoa.
    Eu, cada vez mais eremita, tenho ficado pouco na blogosfera e praticamente parei de comentar nos blogs. As recaídas que tenho , me faz postar, simplesmente com o intuito de desabafar; até mesmo pelo fato que passo o dia inteiro sozinho, e quando saio , raramente converso com alguém.

    E eu já esperava que com meu sumiço dos blogs alheios, o pessoal pararia de comentar nos meus blogs, no entanto, você, o Vauxhall e a Janice não me abandonaram(rs), o que me deixa muito contente, o que prova que vocês três são espontâneos, não tem essas , como a maioria: "se não vier no meu blog, não vou no seu!".

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    1. Suzi, você é balzaquiana, eu tenho quase 57 anos. Naquela época, havia muita mulher virgem(rs). Até mesmo namorar não era tão fácil, pois as mulheres eram mais difíceis, mais recatadas, daí transávamos com prostitutas e com as infelizes empregadas domésticas. Meus colegas e/ou vizinhos também demoraram muito a terem a primeira namorada, assim como eu. Na época do ginásio, por incrível que pareça, só um colega, que havia fortes indícios de ser homossexual, namorava uma colega de sala.

      Sobre o que eu sentia, eu era muito jovem e imaturo. Algumas prostitutas não nos tratavam bem. Umas eram fogosas só até ir para cama, depois se tornavam frias; outras eram chatas, cheias de frescura... Mas, havia as que ao mesmo tempo eram atraentes e nos tratavam bem, então, eu ficava satisfeito.

      Mas , ainda aos 20 anos, eu, que sempre tive mania de questionar tudo, comecei a pensar que era um desaforo pagar para transar, que sexo não deve ser vendido, daí parei com as prostitutas.

      Se já me apaixonei por uma delas? Essa pergunta...
      Bom, como não gosto de mentir, respondo afirmativamente; me apaixonei uma vez.
      Eu havia ficado 9 anos sem transar com prostitutas, mas aí me bateu uma curiosidade de conhecer as Casas de Massagens. Transei com algumas e com uma delas me apaixonei.
      Foi complicado... imagine um homem ciumento, possessivo e até machista e moralista(ou pseudo-moralista) como eu, se apaixonar por uma meretriz... Porém, durou pouco tempo; nem cheguei a revelar a ela. Posteriormente, um velho conhecido meu me revelou que passou pela mesma coisa(não com a mesma mulher-rs).

      Li seu texto sobre o cara que estava te assediando. Um absurdo! Lamento muito, Suzi!

      Muito obrigado e um ótimo domingo!

      Excluir
    2. Suzi, você é balzaquiana, eu tenho quase 57 anos. Naquela época, havia muita mulher virgem(rs). Até mesmo namorar não era tão fácil, pois as mulheres eram mais difíceis, mais recatadas, daí transávamos com prostitutas e com as infelizes empregadas domésticas. Meus colegas e/ou vizinhos também demoraram muito a terem a primeira namorada, assim como eu. Na época do ginásio, por incrível que pareça, só um colega, que havia fortes indícios de ser homossexual, namorava uma colega de sala.

      Sobre o que eu sentia, eu era muito jovem e imaturo. Algumas prostitutas não nos tratavam bem. Umas eram fogosas só até ir para cama, depois se tornavam frias; outras eram chatas, cheias de frescura... Mas, havia as que ao mesmo tempo eram atraentes e nos tratavam bem, então, eu ficava satisfeito.

      Mas , ainda aos 20 anos, eu, que sempre tive mania de questionar tudo, comecei a pensar que era um desaforo pagar para transar, que sexo não deve ser vendido, daí parei com as prostitutas.

      Se já me apaixonei por uma delas? Essa pergunta...
      Bom, como não gosto de mentir, respondo afirmativamente; me apaixonei uma vez.
      Eu havia ficado 9 anos sem transar com prostitutas, mas aí me bateu uma curiosidade de conhecer as Casas de Massagens. Transei com algumas e com uma delas me apaixonei.
      Foi complicado... imagine um homem ciumento, possessivo e até machista e moralista(ou pseudo-moralista) como eu, se apaixonar por uma meretriz... Porém, durou pouco tempo; nem cheguei a revelar a ela. Posteriormente, um velho conhecido meu me revelou que passou pela mesma coisa(não com a mesma mulher-rs).

      Li seu texto sobre o cara que estava te assediando. Um absurdo! Lamento muito, Suzi!

      Muito obrigado e um ótimo domingo!

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  4. Já tinha lido anteriormente sua resposta. Mas sempre tive a curiosidade de perguntar para alguém, mas nunca tive a oportunidade.

    Queria saber o que elas sentem quando percebem que um cliente se apaixonou por elas.

    Pois é. Vai saber se um dia ainda irei descobrir.

    Beijos

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  5. Suzi, é complicado dizer. A sociedade é preconceituosa, e talvez eu também o seja. Já usei o corpo das prostitutas, isso bem no passado. As tratava bem, mas para um compromisso sério...

    O que elas podem sentir, depende da cabeça de cada uma delas, é o que penso. Podem até não acreditar no sentimento do cara. Podem gostar, sentir uma esperança... Podem tentar aproveitar e ganhar dinheiro às custas dele. Dar o golpe do baú.

    Mas, penso que mesmo que mudando de vida, fica a marca, uma marca indelével. Não se deve vender seu corpo. Já comprei corpos, durante minha juventude, então, talvez não tenha muita moral para recriminar.

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