A vida seria um erro, se não existisse a música(Nietzsche). A vida é um erro, mas a música atenua este erro(O Caveira)

Isso, abaixo, seria a vida após a morte?

domingo, 6 de janeiro de 2013

A Dignidade do Jo

Nos posts, "Roubando" e "Discos", falo sobre o Jo, um conhecido meu, japonês. Falei sobre sua dignidade. Mas, com o tempo, percebi que a dignidade foi coisa que passou longe dele.

Conheci o Jo, no final dos anos 70, ou começo dos 80, numa famosa loja de discos de Belo Horizonte,loja que não existe mais. Nosso contato, se resumia só dentro da loja. E, neste época, ele me vendeu um vinil nacional da banda inglesa , Status Quo, "Pill Driver". Me vendeu por um bom preço, fiquei satisfeito.

Depois de anos, sem nos ver, nos encontramos , por acaso, quando eu caminhava à pé para casa. Isso foi neste século. E fizemos transações com discos. Fiquei satisfeito, embora já tenha percebido que o Jo era um atravessador, que tinha o olho muito grande, chegando a ser até pegajoso, no tocante a negociar discos. E eu já estava de saco cheio de tanto encontrar com ele ocasionalmente, no centro da cidade, em especial nas lojas de discos.

Um dia, quando eu ia passar o final de semana com a minha ex-mulher, que mora no centro, me deparei com o Jo, a um quarteirão do apartamento dela. Ele me falou que conhecia uma loja de discos-não me lembro se aqui em BH ou noutra cidade- que vendia cds bem baratos. Perguntei que loja era, ele respondeu, de cara fechada: "Não vou falar". Não fiquei nada satisfeito com essa resposta.

Depois disso, só voltei a revê-lo, no começo do ano passado, num bar que frequento. Quando cheguei até o bar, ele estava bebendo com um colega; me cumprimentou e convidou para que eu sentasse com eles. O que pensei ao revê-lo, logo de principio, foi: Ih, o Jo por aqui...

Na nossa conversa, revelei que eu estava muito sem grana, e que no ano anterior, vendi pouco mais de 100 discos para um lojista. Jo demonstrou interesse em alguns LPs meus, mas eu não tinha mais intenção de vendê-los. Contudo, ao me oferecer 100 reais num disco nacional, da banda Frumpy, "By The Way", não resisti.  À partir daí, ele me comprou alguns discos e fizemos trocas: ele me dava um cd a troco de um vinil similar meu.

Durante um longo tempo,  fiquei satisfeito e achei que as transações eram justas. E mesmo tendo ciência que o Jo era um negociante/atravessador, eu tinha um bom conceito sobre sua pessoa.
Mas...

continua...

2 comentários:

  1. Quando você vende ou troca um disco você não fica com a sensação de que poderia viver sem aquela troca?
    Por outro lado é menos um para juntar poeira.
    Estou tando quase tudo dentro de casa. No decorrer da vida vamos comprando coisas que ficam entulhadas pelos cantos juntando poeira, e por este motivo não quero mais nada disso. Agora aqui no entra se for de comer. Na minha sala só estou com o guarda-roupa e uma petisqueira, no primeiro e segundo quanto vazio.
    no terceiro quarto uma cama, quarto quarto outra cama com uma cadeira. cozinha mesa, geladeira e fogão.
    Eu vi um blog que o cara fala que sobrevive com apenas 100(cem) coisas. E eu vou chegar lá. Meu problema está sendo na cozinha, tem muita coisa miúda.
    Terminei mudando o assunto.
    Beijos

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  2. Janice, se eu tivesse condições, eu teria bem mais discos do que tenho. O problema é que não dá para escutar todos...rs

    É minha maior paixão: a música, os discos.

    Bem interessante seu comentário. Não ligo para enfeites, quadros, vazos, etc... Minha casa é bem vazia. Só tem um quadro, que foi pintado por uma amiga da minha mãe, falecida antes dela, é um retrato da mama.

    Muito obrigado, Janice.

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