A vida seria um erro, se não existisse a música(Nietzsche). A vida é um erro, mas a música atenua este erro(O Caveira)

Isso, abaixo, seria a vida após a morte?

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Mediocridade e Breguice




                                               Mui amigos... rs



Não me simpatizo com o Caetano Veloso e nem gosto de suas músicas, mas reconheço que ele é um bom letrista; fiquei até surpreso com seu belo texto, "Elegia"(postei-o aqui).
Também foi memorável o que ele disse num show, ao ser vaiado pelo seu público, quando colocou no palco o cantor Odair José e cantaram  juntos, "Pare de Tomar a Pílula", "Não existe nada mais Z do que a classe A".

Veloso tem razão. Temos que respeitar gostos diferentes. Até entendo quem não gosta de músicas ditas bregas, mas não precisa esculhambar. Detesta música cafona, tudo bem, também detesto música sertaneja.
No entanto, alguns pegam pesado. Não consigo esquecer o blogueiro que detonou a música "Como Vai Você?", dizendo até que o autor não sabe o que é amar, ama a si mesmo, que a canção é masturbatória(?!), além de adocicada. Uma vez, num desses festivais que aconteciam nos anos 60 e 70, uma jovem compositora foi desclassificada. Sua música, tipo classe A, era muito conceituada. Uma mulher a defendeu, aproveitando pra fazer uma comparação deselegante com as músicas das cantoras Martinha e Elizabeth, que faziam muito sucesso na época, e o público aplaudiu seu infeliz comentário.

Nelson Motta é muito festejado pela mídia. Porém, não é tão bonzinho como parece ser. Nos anos 70, ao lhe perguntarem quem era o maior mentiroso do Brasil, ele respondeu que era o cantor Paulo Sérgio, "que vem  mentindo há anos, dizendo que é cantor e que, principalmente, é compositor. Era o Eustáquio Sena que compunha as músicas que ele assinava"(Mais detalhes sobre isso, no post, "Paulo Sérgio").
Num programa de calouros do falecido Flávio Cavalcanti, Nelson Motta deu uma nota baixa para um cantor, simplesmente para o mesmo não vencer uma cantora(ambos calouros), só porque ela era bonita. Foi notório isso; uma voz masculina, no auditotório, disse: "Ô Nelson Motta filho da ..."
O falecido Sérgio Bittencourt não tirou o chapeu para o Nelson, no programa Clube dos Artistas; motivo: "Ele já foi injusto comigo muitas vezes".

Quando eu postei três posts seguidos a respeito do Paulo Sérgio, "Um Cantor, Um Homem Polèmico", uma pessoa me disse que ele era um cantor medíocre. Contestei isso. Essa pessoa , que é bem esclarecida, me esclareceu de uma forma que achei um absurdo sua opinião, bem equivocada, pro meu gosto.
Vejam o que ela disse:"
 Medíocre vem de "médio, "significa, "está apenas na média", ou seja, pode ter fama e vender, como muito do que é popular, mas em questão de arte, deixa a desejar. Roberto Carlos é brega, mas é um Rei, tem milhões e milhões de fãs. Não é medíocre por  que faz músicas com o seu próprio coração, não para vender, simplesmente. No caso do PS, ele cantava músicas de compositores que visavam o dinheiro, músicas com cunho comercial apenas, não se preocupavam com a qualidade das letras, como o RC e outros, por isso a sua mediocridade. A mediocridade existe onde não há originalidade, e a originalidade vem de dentro, é sentimento puro. Isso é arte."

Roberto Carlos , de fato, tem milhões e milhões de fãs, acho até um disparate alguns fãs do Paulo Sérgio dizerem que se o cantor não tivesse morrido precocemente, desbancaria o Rei. Ora, Paulo já não fazia mais sucesso como no começo de carreira; ele havia gravado seu décimo terceiro LP, tentando reerguer sua carreira. E mesmo nos seus bons tempos, não conseguiu fazer mais sucesso que o Roberto.
Porém, essa citada pessoa cometeu um erro crasso em dizer que RC não é medíocre porque faz músicas com o seu próprio coração, não para vender , simplesmente, e PS cantava músicas que visavam o dinheiro, comerciais, sem qualidade nas letras. PS tinha até mais sensibilidade que RC. Roberto, assim como Paulo, gravava músicos de outros compositores. Ambos compunham. As músicas do RC traduziam mais nosso cotidiano. No entanto, ouvindo com mais atenção, podemos perceber que não existe muita diferença nas canções do Roberto, com as de Paulo Sérgio, Wanderley Cardoso, Jerry Adriani, Antônio Marcos, etc. Eu diria até que Roberto teve mais sorte por fazer mais sucesso que os outros. E será que em todas as suas composições, ele usou o coração? Claro que ele queria vender muitos discos e sempre ter muito cartaz. E não duvido dele ter agido com muita astúcia para chegar onde chegou. O músico Lafayete mesmo chegou a revelar que RC ficou p. da vida, quando PS surgiu no mundo do disco, fazendo sucesso e o imitando. Vale lembrar que era praxe cantores , em começo de carreira, imitar determinado cantor, e a voz de PS e RC eram, de fato, parecidas(coisa que alguns fãs , mais radicais do Paulo não admitem). Pelo que sei, Paulo adorava seu repertório. Compôs músicas para a sua esposa, para o seu filho...

Será que existe muita diferença entre "Nossa Canção"(gravação do Roberto) com "Última Canção"(gravada por Paulo)? E como saber mesmo se um determinado músico quer apenas vender, nada mais que isso? Só se  o músico assumir publicamente isso, não? Ou ser pego em flagrante, dizendo, "estou no mundo da música apenas pra ganhar dinheiro".

Agora, as roupas de certos cantores bregas... sem comentários! rs

6 comentários:

  1. Amigo, existe no Brasil, um grande preconceito em relação ao que é popular e o que "cult". O sujeito quer dizer que é importante diz que ouve Ana Carolina e Seu Jorge - como antes era Elis Regina e Milton Nascimento.
    Eu, na verdade, ouço de tudo um pouco. Se um funk me agrada, ouço, se um sertanejo me agrada...
    As pessoas que costumam dizer que isso ou aquilo é brega é por que gosta de se classificar como "elite intelectualizada desse país" e, na sua maioria é financeiramente deficitária, por isso fazer questão de se diferenciar culturalmente.
    Outra coisa que define a escolha musical da "elite" é o "nível da cachaça".
    Há uns 15 dias fui a uma festa dessas de "gente intelectualizada" e até uma certa hora só tocava legião e músicas politizadas, depois passou para MONOBLOCO e terminou em Beto Barbosa e Trem da Alegria.
    De que adianta eu falar que o RC é brega se ele vende, está de carro do ano e eu continuo a pé?
    Acho que esse tipo de discussão não cabe mais em um país que elege o Tiririca e paga 930,00 aos bombeiros!

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  2. Katia, a Elis Regina mesmo foi engajada no sentido de querer acabar com o iê iê iê, a Jovem Guarda.

    Não sou tão eclético como vc, inclusive não são todos bregas q gosto. Não curto bolero, guarânia...

    Sobre o "nível da cachaça"(rs), quem fica bêbado em excesso, acaba perdendo a noção das coisas e fazendo muita bobagem.rs

    Katia, eu levantei esse assunto, justamente porque isso gera muita discussão, é bem polêmico mesmo. Postei 3 posts, "Um Cantor, Um Homem Polêmico" depois de ler , na internet, muita coisa a respeito do Paulo Sérgio. A vida dele daria um bom filme. Acredito q quase ninguém leu os posts. Uma pena, pois foi interessante o q escrevi, apesar da prolixidade(rs).

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  3. Eu li, mas é um assunto que não tenho condições de comentar, mas vou dar mais uma olhada, ok?

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  4. não reparo direito nas letras de Roberto Carlos, mas acho que há artistas e artistas...alguns cantam e escrevem com o coração, porque gostam de algo e aproveitam para ganhar dinheiro. Outros só cantam para ganhar dinheiro, e outros, coitados, são verdadeiros artistas perdidos por ae, que fazem arte com o próprio "coração", mas não estão ligando para ganhar dinheiro ou não são reconhecidos mesmo.
    Mas esses que são famosos e tem milhares de fãs por ae, claro que aproveitam para ganhar dinheiro, afinal vivem disso não? É a profissão que eles escolheram.

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  5. Denise, creio q foi isso q eu quis dizer. E como saber quem é quem, no ganha-pão de ganhar dinheiro , de fazer sucesso com suas gravações?

    Grato pelo comentário!

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