A vida seria um erro, se não existisse a música(Nietzsche). A vida é um erro, mas a música atenua este erro(O Caveira)

Isso, abaixo, seria a vida após a morte?

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Aquele Tempo Bom?






Aquele Tempo Bom(Cézar/Cirus)


Já houve um tempo em que eu achei que era preciso
Trocar de vida, de ambiente e de lugar
Meus pais diziam que era falta de juízo
Que com o tempo eu haveria de mudar
Eles pediram pra que eu não fosse embora
Até choraram, mesmo assim eu não fiquei
Não dei ouvidos e saí estrada afora
E um belo dia por alguém me apaixonei
Como era bom aquele tempo bom
Em que eu vivia sempre tão contente
Como era bom aquele tempo bom
E ver que agora tudo é diferente
De lá pra cá, a vida tem me ensinado
Que nesse mundo há tanta coisa pra se ver
Só hoje eu vejo tanto quanto andei errado
E sei que ainda tenho muito que aprender
Quisera agora retornar à minha infância
Rever meus pais, os meus amigos, meus irmãos
Vencer no tempo de um segundo esta distância
E apertar mais uma vez aquelas mãos
Como era bom aquele tempo bom
Em que eu vivia sempre tão contente
Como era bom aquele tempo bom
E ver que agora tudo é diferente.

Em 1973, quando eu ouvia pela primeira vez a música "Aquele Tempo Bom", recém-gravada, no sétimo LP do Paulo Sérgio, minha mãe comentou comigo: "essa música serve para você".
Ela quis dizer isso, porque eu era um adolescente rebelde, complicado, com vontade de sair de casa.

Acho a música bonita, e a letra sempre me tocou, acho-a emocionante. Mas, tal letra teria mesmo a ver comigo? Nunca tive coragem de sair de casa, aliás saí um dia, quando eu tinha uns 20 e poucos anos, depois de um forte desentendimento com a minha mãe. Saí só com a roupa no corpo. Minha intenção era ir para São Paulo(por que escolhi a cidade, até hoje não sei explicar-rs). Mas, quando apressei a passagem, um ônibus , havia acabado de sair. Fiquei esperando outro,e  pensando... pensando... Acabei desistindo. Pra mim, era fria sair de casa. Previa que iria sofrer muito, como muitos sofrem, bem mais do que sofria na casa de meus pais. Além do mais, eu nunca tive uma boa profissão, nunca tive qualificação profissional.
Voltei pra casa no mesmo dia...

Essa música fala de saudade, um tempo bom, que se foi. Porém, mesmo eu tendo vivido bons momentos na minha vida, como todos vivem, não tenho saudades, não sinto falta do passado, Tempo bom, que tempo bom?  Não sinto falta da minha família, exceto da minha mãe. Valendo lembrar que minha mãe era uma mulher extrovertida, uma mulher do mundo, e sua sociabilidade, me irritava um pouco. Não que eu a quisesse só para mim, mas penso que ela nunca soube dividir, embora me amasse e ela se preocupava comigo.

Saudades de colegas? Ora, todos sumiram! Uns estão mortos. Outros nem sei se morreram; desconheço seus paradeiros.  Saudade da adolescência? Como diz o Didi Mocó: nem morta! rs
Saudades da infância? Quando eu era apenas mais uma feliz criança idiota, que ansiava em crescer, e depois vi o preço que se paga por isso.
Saudades dos músicos de rock?  Uns estão mortos, outros há anos nada produzem; hoje, não passam de milionários empresários, vovôs barrigudos , carecas ou de cabelos grisalhos.
Saudades das firmas que trabalhei?  Só se eu fosse o maior dos masoquistas e gostasse de viver na prisão.
Saudades das namoradas, das ficantes? Onde elas estão agora? O que ficou? Ah, a Ta ainda vive, está ainda casada , tem três filhos e três netos... Minha ex-mulher ainda mora no centro de Belo Horizonte...
E, por incrível que pareça, sinto falta da LL. Mas, penso que é teimosia de minha parte. Nosso relacionamento se esgotou. Houve um tempo bom com ela, mesmo com toda turbulência, mas nós cansamos. Ando cada vez mais sem assunto, e observando o calendário, que parece me dizer: "cara, abre o olho, que seu tempo está chegando, um tempo nada bom, um tempo derradeiro, bem, mas bem próximo.
O que um moribundo teria a oferecer a uma mulher?

Desconfio que sofro um pouco de Mal de Asperger. O fundador do Pink Floyd, Syd Barrett(1946-2006)parece que sofria do mesmo mal(há fortes suspeitas).  Interessante, é que foi sempre muito falado que ele vivia recluso. Sua irmã revelou que não era bem assim, e que Barrett era muito querido pelas crianças e por comerciantes e balconistas de supermercados, por exemplo. Eu não sou assim. Estou totalmente recluso, conversando pouco. O máximo que faço é cumprimentar a quem me cumprimenta primeiro.

Talvez eu esteja doente, quem sabe, quero demais? Será que me falta humildade? Sou um ingrato, um ingrato com a existência?  O que sei é que nos meus quase 57 anos de vida, penso que só perdermos tempo, que a vida não tem mesmo sentido, ou como dizia Schopenhauer: " a vida é a luta pela existência ,com a certeza de uma derrota final".

É triste constatar isso, mas, pra mim, não existiu tempo bom. Bem, pelo menos não sinto saudades. Tudo me parece muito falso. Nada foi verdadeiro em minha vida, apesar de alguns prazeres e de bons momentos; e , felizmente, ainda tenho saúde.







11 comentários:

  1. Roderick, a unica coisa que sinto falta(não é saudade) é de dinheiro. Com dinheiro se compra até mesmo outro passado. Não sinto falta da infância, juventude, . . . nada me faz sentir saudade. Não sinto isto como vazio. É como se nada aconteceu. Vou vivendo o momento no momento certo e pronto.
    Te falei que estou aprendendo HTML e CSS. É complicado!!!! Vou tentar.
    Beijos!!

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  2. Ok, mas por que a necessidade de aprender tais coisas que vc falou? rs

    Como vc disse que sente falta e não saudade de dinheiro, penso que vc é como eu, nunca teve grana, é isso? rs

    E eu , desde que vc colocou uma música, um vídeo, não consigo entrar no seu blog. Ou melhor, consigo, mas só consigo olhar a entrada. Só isso, não consigo ver os posts.

    Comigo aconteceu infância, juventude,mas nada ficou...

    Grato por sua presença.

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    1. Tive boa infância, juventude com bons amigos,curti muito tudo que veio. Não consigo morrer de amor por isto. Tudo passa, e quando passa ,passa mesmo. Tirei a música. E sem querer tirei também o que corrigia as palavras.
      Tem coisas como: link, e outras. .
      Beijos!!

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    2. Oi Janice. É, agora consegui navegar direito no seu blog.

      Computador é complicado. Recentemente, tem aparecido muitos anúncios do google nas páginas pelas quais navego, incluindo meus blogs. No começo, apareceu só no google chrome, depois foi a vez do mozilla firefox. No mozilla , consegui eliminar as propagandas, mas no chrome, não consegui. E apareceu o toolbar, que me deu muito trabalho de retirar... Depois disso, ao abrir meus três servidores: o mozilla firefox, internet explorer e google chrome, ao invés de aparecer o google, aparece o mystart, aí tenho que voltar para o google... E aconteceu umas outras coisas inusitadas, a tela não está muito cheia...
      É de lascar!

      Obrigado!

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  3. Olha, não posso reclamar da minha vida neste momento, apesar de coisas chatas que aconteceram. Porem, tenho a decência de constatar que a minha história até então, me fez perceber o quanto sou sortuda em alguns pontos.

    Mas, às vezes, no calor do nosso edredom, sinto falta da minha infância. Daquela época que não tinha responsabilidade de nada.

    Nada nostálgico. Só saudade mesmo.

    Beijos

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  4. Se for pensar bem, prefiro mais esse tempo,os 4 anos que vivo morando sozinho, pois minha responsabilidade é só comigo mesmo. Não sinto falta da minha infância...

    Mas a idade pesa, os prazeres não são o mesmo. Com quase 57 anos, e a velhice chegando...

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  5. esse disco e inesquecivel,pois traz musicas muito lindas,como india
    por exemplo,onde depois da magistral interpretaçao de paulo,ninguem
    conseguiu fazer igual.eu tenho muita saudade dos anos 60 e do inicio
    dos anos 70,pois era uma epoca e muito amor,carinho e respeito entre
    as pessoas e eu realmente vivia contente,muito contente.
    hoje eu vivo momentos alegres,mas a vida no planeta esta muito difi
    cil,entao,e preciso conheçer JESUS CRISTO E COMPARTILHAR COM O PROXI
    MO TODO AMOR QUE ELE NOS ENSINA,do contrario fica dificil uma com

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  6. preensao exata do estagio de coisas em que nos encontramos.
    sinto muita falta dos meus avos,de tios que ja partiram para a pa
    tria espiritual,enfim,de como tudo era mais simples.
    esse volume 7 de 1973 de paulo sergio e muito sentimental,de uma sau
    dade a toda prova e respeito e sentimento,sao dois aspectos relevan
    tes de minha pessoa,pois nao ha sentimento mais nobre,mais fecundo
    do que o amor fraternal,aquele dedicado a todas as pessoas ao mundo
    e tudo que nele esteja.um forte abraço,de seu irmao Fabio lima

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  7. Boa tarde, Fábio.
    Uma coisa que me intriga no vol . 7, é que ele não fez sucesso aqui em Belo Horizonte, foi ignorado. Quando ele foi lançado, India já havia estourado há muito tempo, como compacto simples(um dos maiores sucessos do PS), tendo do lado B, Tudo Isso Me Faz Lembrar que o Amor Morreu, de Odair José. Até hoje não entendi e acho uma injustiça, pois há muitas músicas boas e que poderiam fazer sucesso.

    Já nos volumes 8,9,10, 11, algumas músicas fizeram sucesso, foram bem tocadas.

    Grato pela mensagem, Fábio!

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  8. o que e lamentavel,pois de fato trata-se de um trabalho de qualidade
    o que eu mais gosto e ver como voce e apaixonado pela obra do paulo.
    agora mesmo,neste instante,estou em meu escritorio ouvindo uma cole
    tanea com 24 sucessos dele onde encontramos VOCE PODE ME PERDER,EU
    NAO SEI,EU NAO SEI,EU NAO SEI,FIZ,ULTIMA CANÇAO,A VERDADE E DIFEREN
    TE E TANTOS OUTROS GRANDES SUCESSOS.Do fundo do meu coraçao amigo,
    eu nao me conformo com a morte dele,ele e muito especial e quanto
    mais ouço,mais quero ouvir.e o artista que mais gosto.abraços,fabio

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  9. Não consigo mesmo entender o critério de certos programadores de músicas, das rádios. Pois, no mesmo ano em que foi lançado o Vol. 7, 1973, creio que depois, foi lançado o compacto simples de "Ainda Resta Esperança", outra composição da dupla Cézar e Cirus, e essa música tocou bem no rádio. Inclusive, tocava, vem outra, anos depois do seu lançamento. E "Aquele tempo bom", nunca escutei no rádio.

    Obrigado, Fábio.

    Apareça sempre!

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