A vida seria um erro, se não existisse a música(Nietzsche). A vida é um erro, mas a música atenua este erro(O Caveira)

Isso, abaixo, seria a vida após a morte?

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Prima Sistemática- Trauma

Me lembrei de uma prima, *Ivete.  Quando eu cursava o segundo ano ginasial  fui de sua sala.  Na verdade, eu não a conhecia. Uma tia paterna, solteirona, é que suspeitou que fossemos da mesma escola.  Minha tia a descreveu... Tudo indicava que Ivete era minha prima. A procurei... confirmado, ela era minha prima(rs).  Ivete era muito, mas muito bonita. Tinha os cabelos ruivos. No entanto, bem ao estilo da minha família, pelo lado paterno, era bem introvertida. Super calada, só conversava com sua colega de carteira, uma escurinha, bem tímida.  Ivete e eu mal conversávamos um com o outro. E eu, nesta época, era mais extrovertido, não tanto assim, mas era. Eu não era apaixonado por Ivete, mas claro que se ela quisesse alguma coisa comigo, eu aceitaria(rs); e quem não aceitaria?

Um fato interessante aconteceu naquela ocasião. Eu estava cursando o segundo ano ginasial pela terceira vez, todavia, não tomei bomba, nos dois anos anteriores, é que parei de estudar no segundo semestre de 1969, e depois parei novamente no primeiro semestre de 1970.
O fato interessante foi que, ano  1971, eu, com 15 anos, pela primeira vez na vida gostei de estudar. Eu adorava a sala, curtia muito meus colegas, o pessoal era muito animado e simpático. Eu passei muito a estudar em casa. Meu pai, que sempre fez questão que eu fosse estudioso, estava orgulhoso de mim, chegou até a dizer para uma pessoa: "agora, ele está firme nos estudos".  Eu  debatia com meus dois colegas/vizinhos,meios caxiões, sobre história, geografia. .. Mas, nossa sala estava com excesso de alunos. Daí, a secretaria achou por bem transferir alguns alunos para outra sala, mais vazia. Fui um dos 'premiados'.  Aquilo foi traumático pra mim. Não gostei da outra turma. Não que eles fossem chatos, que não prestassem, nada disso...mas achei-os apáticos,insossos, e a sala praticamente não tinha meninas bonitas.  Protestei!  Falei com meus pais.  Minha mãe conversou com a secretária, pedindo minha volta para a antiga(e amada) sala; a secretária achou melhor não fazer tal coisa, para não me deixar mal acostumado.  À partir daí, perdi a 'tesão' pelos estudos; minhas notas só foram caindo, voltei a matar aulas e quase fui reprovado na famigerada matemática. Nunca mais conversei com a Ivete, que, se não me falha a memória, saiu do colégio no ano seguinte.
Ivete era bem estudiosa. A última notícia que tive dela é que se tornou professora.  Acho que se casou, mas não sei se teve filhos. Uma tia ,  viúva de um tia paterno, disse que quando visitava os pais da Ivete, a mesma mal a cumprimentava, ficava só, em seu quarto.

Será que foi o trauma de ter sido retirado da sala que tanto gostei, que me fez desanimar de estudar?  Não obstante, com o tempo, achei que se eu continuasse na tal sala, poderia ser infeliz .  Nunca se sabe o que o destino nos reserva, e há males que vem pra bem- um ditado certo, infelizmente, certo- são coisas da vida!

* Nome fictício

2 comentários:

  1. Minha família nunca foi muito próxima, aliás, meu pai é o único que não participa das atividades familiares, então com isso eu adorava as oportunidades de encontros familiares, principalmente pelos primos.
    Lembro-me que aos 15 anos me apaixonei por 2, que inclusive eram irmãos, um era doce e o outro puro fogo. Difícil foi fazer a escolha, confesso que qaundo finalmente fiz me arrependi.
    Quanto a estudar, praticamente sempre gostei, só tive dificuldades quando vim para BH, mas após dois anos as coisas voltaram ao "normal". Traumas em relação ao período desses dois anos tenho as muito, imagine: era magrela, meu pai só me deixava usar saia e ainda tinha sotaque paulista bem carregado.
    Ah, e a escola era um inferno.
    Somente após pedir transferência é que as coisas começaram a melhorar.
    Bjin.

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  2. Dois?! Aposto q vc se apaixonou pelo fogo. rs

    Um abraço, Keila!

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